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Q10 e selénio podem contribuir para aumentar a esperança de vida

Q10 e selénio podem contribuir para aumentar a esperança de vidaUm estudo anterior demonstrou que a suplementação diária com coenzima Q10 e selénio, em idosos, aumenta a resistência do músculo cardíaco e reduz a mortalidade cardiovascular em mais de 50 por cento. Agora, uma equipa de cientistas suecos e noruegueses verificou que estes dois nutrientes também conseguem abrandar o encurtamento, relacionado com a idade, dos telómeros celulares, que se encontram na estremidade de todas as cadeias de ADN. Os telómeros são comparáveis às pequenas agulhetas que impedem os atacadores de se desfiarem e enlearem. Tal como as agulhetas, os telómeros protegem as cadeias de ADN, mas estão sujeitos a atrito e acabam por se desgastar. Quanto maior for o desgaste dos telómeros, mais vulnerável fica o ADN celular, até chegar ao ponto de a célula acabar por morrer. Tudo indica que Q10 e selénio preservam o comprimento dos telómeros, permitindo assim manter a boa saúde por mais tempo.

Todas as células do organismo estão sujeitas a envelhecimento, o que aumenta o risco de problemas como doença cardiovascular, perturbações neurológicas e cancro. A renovação energética celular e a protecção antioxidante são primordiais para a saúde celular e o processo de envelhecimento. Além disso, há um número limitado de vezes que uma célula saudável consegue replicar-se antes de morrer.
A capacidade das células de se replicarem ou dividirem depende do comprimento dos chamados telómeros, que se encontram na porção terminal do braço dos cromossomas. À semelhança das agulhetas de plástico que impedem os atacadores de se desfiarem e enlearem, os telómeros protegem as cadeias de ADN das células. De cada vez que a célula se divide, os telómeros ficam mais curtos, processo este conhecido por atrito dos telómeros. Quando os telómeros desaparecem, as cadeias de ADN desenrolam-se e a célula morre.
O encurtamento dos telómeros está associado a processos de envelhecimento e doença cardiovascular, mas só recentemente é que a ciência ficou a saber se o Q10 e o selénio têm influência no comprimento dos telómeros. Foi por isso mesmo que a equipa de cientistas escandinavos analisou parte do material de investigação do estudo inovador KiSel-10, publicado na International Journal of Cardiology. Neste estudo, seleccionaram aleatoriamente 443 suecos idosos, saudáveis, para receberem suplementação diária de Q10 (200 mg) e levedura de selénio (200 microgramas) ou placebo correspondente, durante 42 meses. O Q10 e a levedura de selénio eram de qualidade farmacêutica.
Findo o período de intervenção, os cientistas observaram que a resistência do músculo cardíaco tinha aumentado no grupo de tratamento activo, e a taxa de mortalidade cardiovascular tinha diminuído em 54 por cento comparativamente ao grupo placebo.
O impacto destes dois suplementos na saúde e na esperança de vida foi de tal modo surpreendente que os cientistas deram início a mais análises de mais de 50.000 amostras de sangue que haviam sido colhidas nos participantes em ambos os grupos e guardadas no frigorífico.
Isto deu origem a vários outros estudos de seguimento, em que os cientistas estudaram diversos biomarcadores que reflectem os mecanismos através dos quais o Q10 e o selénio têm impacto no sistema circulatório, na função cardíaca e na esperança de vida.

Q10 e selénio reduzem o atrito dos telómeros

No novo estudo de seguimento, que está publicado na Nutrients, os cientistas estudaram o comprimento dos telómeros dos leucócitos dos participantes. Ab initio, o comprimento dos telómeros era praticamente igual nos dois grupos. Contudo, quando comparado o comprimento dos telómeros após 42 meses de suplementação com Q10 e levedura de selénio, os cientistas observaram que os telómeros no grupo de tratamento activo eram mais compridos do que os do grupo de controlo. Também se verificaram bastante menos mortes cardiovasculares entre os participantes com telómeros mais compridos. Baseados nos achados, os cientistas concluíram que a suplementação com Q10 e selénio tem efeito protector nos telómeros e até reduz o risco de doença cardiovascular.

De que modo o Q10 e o selénio protegem os telómeros?

Quando começamos a envelhecer, o nosso metabolismo energético celular abranda e não consegue funcionar devidamente, o que aumenta a carga de radicais livres. O envelhecimento está igualmente associado a inflamação indolente crónica, o que torna o organismo vulnerável a stress oxidativo, situação em que os radicais livres potencialmente nocivos são em maior número que os radicais livres protectores.
Quando o organismo fica sujeito a stress oxidativo, os radicais livres atacam as células e dão início a reacções em cadeia nas células e respectivas membranas. Isto pode provocar lesão dos telómeros. O Q10 e o selénio são antioxidantes potentes, excepcionais, que protegem as células e os respectivos telómeros contra a acção nociva dos radicais livres.
Além disso, o Q10 tem um papel central na produção energética celular e há determinadas enzimas que contêm selénio (selenoproteínas) de que o Q10 precisa para funcionar perfeitamente associado ao metabolismo energético. Os dois nutrientes reforçam a produção de energia nas células, ao mesmo tempo que protegem as células e os tecidos contra o stress oxidativo e a inflamação crónica.

Porque é que Q10 e selénio são importantes no antienvelhecimento natural?

O ser humano sintetiza a maior parte da coenzima Q10 de que precisa para diversas funções. Contudo, a síntese de Q10 endógena começa a diminuir por volta dos 20 anos, e muitas pessoas começam a dar-se conta disso quando chegam aos cinquenta: os níveis de energia diminuem e têm menos vitalidade.
Para piorar a situação, os solos agrícolas são pobres em selénio na maioria das regiões da Europa, o que significa que as colheitas também são pobres neste nutriente. Mesmo fazendo uma alimentação equilibrada, pode ser difícil obter selénio em quantidade suficiente. O aporte médio de selénio, na Europa, é inferior a 55 microgramas diários. Porém, segundo a investigação publicada, precisamos de mais de 100 microgramas de selénio por dia para saturar devidamente a selenoproteína P, que é usada como um marcador da concentração de selénio no organismo. O envelhecimento, em geral, parece aumentar a necessidade de Q10 e de selénio, e estes dois nutrientes em associação parecem constituir a mistura antienvelhecimento ideal para protecção dos telómeros e células.

A qualidade dos suplementos é fundamental

Os suplementos de Q10 e selénio utilizados na investigação atrás referida são de qualidade farmacêutica, garantindo uma excelente absorção e utilização que é fundamental nos estudos clínicos. Se os cientistas utilizarem suplementos cujas qualidade e biodisponibilidade não estejam devidamente comprovadas, nunca poderão esperar obter os mesmos resultados sólidos.

Q10 e selénio têm influência em muitas outras funções

Alguns dos estudos de seguimento anteriores, que se seguiram ao estudo KiSel-10, demonstraram que Q10 e selénio são benéficos para o coração, células epiteliais, fibrose, IGF-1, e micro-ARN que regula os genes, entre outras funções.

Referências bibliográficas

Trine Baur Opstad, Jan Alexander, Jan Aaseth, Anders Larsson, Ingebjørg Seljeflot, Urban Alehagen. Selenium and Coenzyme Q10 Intervention Prevents Telomere Attrition, with Association to Reduced Cardiovascular Mortality – Sub-study of a Randomized Clinical Trial. Nutrients 2022

Urban Alehagen et al. Improved cardiovascular health by supplementation with selenium and coenzyme Q10: applying structural equation modelling (SEM) to clinical outcomes and biomarkers to explore underlying mechanisms in a prospective randomized double-blind placebo-controlled intervention project in Sweden. European Journal of Nutrition. 2022

Alehagen U, et al. Cardiovascular mortality and N-Terminal-proBNP reduced after combined selenium and coenzyme Q10 supplementation. Int J Cardiol. 2013.

Pernille Lund. Q10 – fra helsekost til epokegørende medicin. 2013



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