A falta de selénio, um oligoelemento essencial, pode causar doenças da tiróide, doença cardiovascular, infecções virais, SIDA, infertilidade, perturbações neurológicas e cancro. Aproximadamente mil milhões de pessoas em todo o mundo têm insuficiência de selénio. Isto é consequência sobretudo de solo pobre neste nutriente, o que é um problema sério em lugares como a Europa. Há décadas que os cientistas têm alertado para este problema, e, segundo uma revisão publicada em StatPearls, tudo indica que não chega ter um aporte recomendado oficial para protecção eficaz contra a doença.
- com ligações à doença de Parkinson e a outras doenças neurológicas
As mitocôndrias são as centrais eléctricas das nossas células, que produzem energia num processo em que intervêm oxigénio, Q10, selénio e outros nutrientes. Há cerca de 100 anos, o Professor Otto Warburg, alemão, galardoado com o Prémio Nobel, demonstrou que, ainda que o cancro possa ser causado por muitos factores secundários, há apenas uma causa primária: alterações na renovação do oxigénio mitocondrial. No seu último livro, Tripping over the Truth, o biólogo molecular Travis Christoffersen descreve como os cientistas contemporâneos corroboram as teorias de Warburg e afirma que a prevenção e o tratamento do cancro devem ser encarados de um ângulo completamente diferente. Há outros estudos que mostram que a doença de Parkinson, enxaquecas, senilidade, fadiga crónica, fibromialgia, epilepsia e outras perturbações neurológicas podem ter origem em defeitos das mitocôndrias, que têm muitas outras funções para além do fornecimento de energia. É, por isso, fundamental prestar atenção às mitocôndrias ao longo da vida. Saiba mais sobre a dieta cetogénica que optimiza a renovação de energia mitocondrial em diversas doenças mitocondriais.
O selénio é um oligoelemento que sustenta mais de 30 selenoproteínas essenciais que têm inúmeras funções. Pela primeira vez, um estudo de crianças mexicanas mostra que a falta de selénio retarda o crescimento dos pêlos púbicos e o desenvolvimento dos órgãos sexuais nas crianças do sexo masculino. Não há a menor dúvida que o solo agrícola do México é pobre em selénio e isso reflecte-se na cadeia alimentar. E o mesmo se passa na Europa, razão pela qual há décadas que os agricultores dão suplementos de selénio ao gado, para melhorar a fertilidade e prevenir muitos problemas de insuficiência. A questão é saber até que ponto os problemas de insuficiência de selénio explicam a diminuição da qualidade do esperma que se tem observado entre os jovens do sexo masculino. Cerca de 500 milhões a mil milhões de pessoas em todo o mundo obtêm muito pouco selénio na alimentação.
A infertilidade afecta aproximadamente um em cada sete casais. A OMS considera-a um problema de saúde global. Uma das causas principais é a má qualidade do esperma, e nos homens dinamarqueses, noruegueses e alemães é pior do que em qualquer outra população masculina. A má qualidade do esperma pode ser consequência de estilo de vida pouco saudável, com stress, tabagismo, estimulantes e compostos desreguladores hormonais. Por outro lado, cientistas do México constataram que os suplementos de zinco, selénio, Q10 e ómega 3 têm impacto no número e na qualidade dos espermatozóides. Outros estudos mostram que o zinco e o selénio protegem os espermatozóides e são importantes para os níveis de testosterona.
O selénio é um oligoelemento essencial, indispensável a defesas imunitárias, metabolismo, fertilidade, sistema nervoso e prevenção do cancro. Estima-se que um bilião de pessoas, no mundo inteiro, tenha insuficiência de selénio. E como o solo agrícola da Europa é pobre em selénio, os europeus estão mais vulneráveis. Tudo indica que a insuficiência de selénio aumenta o risco de muitas doenças agudas, crónicas e potencialmente fatais, e o aporte diário recomendado é demasiado baixo, segundo um artigo recente sobre insuficiência de selénio, publicado na base de dados científica americana NCBI (National Center for Biotechnology Information).
As pessoas que fazem uma alimentação pobre em nutrientes têm risco acrescido de desenvolver cancro, segundo um estudo francês publicado em PLoS Medicine. Daí os cientistas recomendarem a rotulagem dos alimentos por forma a ajudar os consumidores a fazerem escolhas mais saudáveis. Contudo, mesmo seguindo as orientações alimentares oficiais, pode ser difícil obter quantidade suficiente de vitamina D e selénio, dois nutrientes com vários mecanismos anticancerígenos.
Provavelmente, sim. Cada vez mais estudos mostram que a toma de grandes quantidades de Q10 e derivado da vitamina B3 é uma solução. O Q10 e a vitamina B3 são essenciais para a renovação energética no organismo, que acontece no interior das mitocôndrias das células. Um estudo mais recente mostra que a toma de suplementos destes nutrientes também pode ter efeito positivo no coração, que é o motor fulcral do organismo.
Estudos anteriores constataram haver relação entre défice de selénio e excesso de peso, mas só um número reduzido de estudos investigaram esta relação em crianças. Daí que investigadores chineses quisessem examinar atentamente esta relação, e os níveis de selénio em amostras de unhas dão uma noção exacta da quantidade total de selénio no organismo. A carência de selénio é comum em muitas regiões do mundo, incluindo na China e na Europa.
Estima-se que 500.000 dinamarqueses sofram de uma perturbação da tiróide, das quais a mais frequente é a doença de Hashimoto, que abranda o metabolismo. A produção e o funcionamento das hormonas tiroideias dependem do iodo e do selénio, pelo que é fundamental que os dois nutrientes estejam equilibrados. O iodo em falta ou em excesso aumenta o risco de doença de Hashimoto, e o mesmo sucede com o selénio, um nutriente que muitas pessoas têm em falta. Fadiga extrema, aumento de peso, obstipação, intolerância ao frio, tumefação do pescoço e pele seca são alguns dos problemas que se observam em pessoas com metabolismo lento. Contudo, os sintomas podem variar, pelo que há muitas pessoas em quem ainda não foi diagnosticada. A terapêutica com hormonas tiroideias não resolve necessariamente o problema. Na verdade, 20 por cento dos doentes sentem-se pior, apesar das análises do sangue parecerem normais. É, por isso, importante dar mais atenção ao papel do iodo e do selénio no metabolismo.
O selénio é um constituinte de, pelo menos, 25 proteínas essenciais (selenoproteínas), incluindo vários antioxidantes que protegem as células contra o stress oxidativo e doenças. Uma equipa de investigadores de Munique, na Alemanha, definiu os mecanismos que os antioxidantes que contêm selénio utilizam para proteger os neurónios do cérebro contra a morte celular. Os cientistas vêem no selénio toda uma série de novas potencialidades, pela sua capacidade de proteger contra perturbações neurológicas e cancro. Contudo, é problemático termos défice de selénio generalizado nesta região do mundo. Mesmo cumprindo as directivas alimentares oficiais, é muito difícil obter selénio suficiente para saturar todas as selenoproteínas.
- contribuindo assim para menos casos de morte cardíaca
Q10 e selénio são antioxidantes potentes, fundamentais para o coração, sistema cardiovascular e para a renovação energética. À medida que envelhecemos, a nossa síntese endógena de Q10 diminui, e são muitas as pessoas com falta de selénio. Um estudo sueco demonstrou que as pessoas de mais idade que tomam suplementos de Q10 e selénio têm uma taxa de mortalidade cardíaca 50 por cento inferior. Outro estudo sueco (mais recente) mostra que Q10 e selénio também aumentam os níveis de IGF-1 das pessoas mais velhas, uma hormona com muitas funções no organismo, que os cientistas presumem reduzir o risco de morte cardíaca nessas pessoas.
Ainda que se faça uma alimentação saudável e equilibrada, pode ser difícil obter selénio em quantidade suficiente, devido às alterações climáticas e ao esgotamento do nutriente no solo, especialmente na Europa. Isto mesmo foi demonstrado num estudo realizado por cientistas suíços. O selénio é muito importante para o sistema imunitário, mas qual a quantidade necessária para estarmos perfeitamente protegidos contra infecções? Também parece haver relação entre carência de selénio generalizada e taxa de cancro aumentada.
Sabia que o Q10 quando tomado como suplemento pode impedir o sangramento das gengivas e em alguns casos ajudar a que alguns dentes mais soltos voltem a ficar mais fixos no osso mandibular? O Q10 é um antioxidante potente que protege as células no tecido gengival. Além disso, melhora a microcirculação nas gengivas.
Níveis baixos de Q10 podem provocar depressão
Algumas pessoas que tomam estatinas para diminuir o colesterol podem sofrer de depressão devido ao facto dos medicamentos diminuírem os níveis de Q10, uma substância muito importante para a produção de energia celular. Os suplementos de Q10 tomados juntamente com a medicação podem prevenir este efeito secundário.