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Cancro da mama: Mais selénio no sangue melhora a sobrevida

Cancro da mama: Mais selénio no sangue melhora a sobrevidaO cancro da mama é a principal forma de cancro entre as mulheres. Ainda que tenha havido grande progresso nos tratamento, a doença continua a ter taxa de mortalidade elevada. Um estudo germano-sueco mostra que baixos níveis séricos de selénio agravam o prognóstico, ao passo que a concentração elevada de selénio no sangue aumenta a probabilidade de sobreviver ao cancro da mama. Infelizmente, a insuficiência de selénio é muito comum na Europa. Segundo os cientistas responsáveis pelo novo estudo, o doseamento do selénio pode ser usado para optimizar os níveis séricos do nutriente, e assim melhorar o tratamento em conformidade.

Há cada vez mais mulheres a desenvolver cancro da mama. Só em 2020, a doença vitimou 685.000 pessoas em todo o mundo, apesar do progresso nos tratamentos. São muitas as pessoas que, depois de concluírem o regime terapêutico e de serem declaradas curadas, recidivam. Daí serem necessárias novas terapêuticas de efeito prolongado. Normalmente, o médico analisa o tamanho e o tipo de tumor e observa os nódulos linfáticos afectados antes de fazer o prognóstico. Agora, tudo indica que o doseamento sérico do selénio pode dar uma ideia ainda melhor.
O selénio apoia mais de 25 proteínas (selenoproteínas) que ajudam a regular as hormonas da tiróide, a renovação energética nas células e o crescimento celular. O selénio apoia igualmente determinados antioxidantes extremamente potentes denominados GPX (GPX 1-6). Por nesta via, as selenoproteínas contribuem para os processos metabólicos celulares, ao mesmo tempo que protegem as células contra lesão, divisão celular indesejada, e cancro. Todas as selenoproteínas intervêm num sistema metabólico complexo, sendo prática corrente fazer o doseamento de uma selenoproteína em concreto, a selenoproteína P, e utilizá-lo como um marcador da concentração total de selénio no organismo.

Mais selénio significa mais protecção contra o cancro

Cientistas da Universidade de Lund, na Suécia, realizaram o novo estudo em colaboração com cientistas de diversas universidades alemãs. Foram analisadas amostras de sangue de 1.996 doentes (dos quais oito eram homens), todos com diagnóstico recente de cancro primário da mama invasivo. Os investigadores fizeram uma análise aprofundada dos níveis séricos de selenoproteína P, GPX-3, e selénio total. Foi dada especial atenção a três marcadores de selénio, o que é bastante invulgar.
O estudo mostrou que o quintil com os valores mais elevados para estes três marcadores de selénio tinha uma probabilidade 50% superior de sobreviver à doença a oito anos comparativamente ao quintil com os valores de marcadores de selénio mais baixos.
Por outras palavras, os doentes com níveis de selénio no sangue mais elevados tinham o maior grau de protecção contra o cancro e o menor risco de morte.
Os cientistas responsáveis pelo novo estudo afirmam que o doseamento sérico do selénio pode ser usado para optimizar a concentração de selénio, e assim melhorar o efeito prolongado das terapêuticas.

O antioxidante GPX que contém selénio protege contra o stress oxidativo e a reincidência

O stress oxidativo é um desequilíbrio entre radicais livres e antioxidantes. Por um lado, os radicais livres são essenciais porque intervêm numa série de processos metabólicos. Por outro lado, são moléculas altamente reactivas, que se podem tornar uma ameaça e atacar células e tecidos, se a situação ficar incontrolável. A carga de radicais livres é agravada por factores como stress, excesso de peso, tabagismo, envelhecimento e intoxicação. A única protecção contra os radicais livres e o stress oxidativo é a presença de vários antioxidantes. E o GPX é especialmente importante porque representa a primeira linha de defesa das células.
Os cientistas observaram que o risco de reincidência, após terapêutica para o cancro da mama, aumentava quando os níveis sanguíneos de GPX-3 eram baixos. Também afirmam que o cancro da mama, normalmente, está associado a stress oxidativo causado por radicais livres.
O novo estudo germano-sueco, que está publicado em Redox Biology, corrobora um estudo polaco anterior que mostrou haver relação entre níveis sanguíneos de selénio mais elevados e maior probabilidade de sobreviver ao cancro da mama a 10 anos.
É importante ter níveis de selénio no sangue suficientes ao longo da vida, por muitas razões.

A deficiência de selénio é generalizada na Europa, mas é possível ser compensada

A deficiência de selénio é generalizada na Europa, sobretudo, por causa dos terrenos de cultivo pobres no nutriente. E este défice reflecte-se em toda a cadeia alimentar. Como já foi referido, a selenoproteína P é usada como um marcador dos níveis de selénio no sangue, e os estudos mostram que são precisos cerca de 100 microgramas diários de selénio para saturar devidamente esta selenoproteína tão útil. Por outras palavras, a dose de referência de selénio (55 microgramas por dia, na Dinamarca) não é suficiente. A levedura de selénio com várias fontes de selénio é a adequada para suplementação, porque fornece uma grande variedade de tipos de selénio como a que se obtém com uma alimentação equilibrada. Vários estudos do selénio foram realizados com uma dose diária de 200 microgramas (na forma de levedura de selénio). A EFSA (Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar) fixou a dose máxima de segurança em 300 microgramas por dia.

Referências bibliográficas:

Demircan et al. Serum selenium, selenoprotein P and glutathione peroxidase 3 as predictors of mortality and recurrence following breast cancer diagnosis: A multicentre cohort study. Redox Biology, November, 2021

Mark Szwiec et al. Serum Selenium Level Predicts 10-Year Survival after Breast Cancer. Nutrients, March, 2021

Lutz Shomburg. Dietary Selenium and Human Health. Nutrients 2017

New Links between selenium and cancer prevention. HRB. December 2017


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