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Durante a gravidez, o feto em desenvolvimento está completamente dependente dos níveis de selénio no sangue da mãe

Durante a gravidez, o feto em desenvolvimento está completamente dependente dos níveis de selénio no sangue da mãeA necessidade do oligoelemento selénio aumenta na gravidez e no aleitamento materno, porque apoia várias proteínas que são especialmente importantes para o crescimento tecidual. Além disso, o selénio favorece diversos antioxidantes que protegem os tecidos e órgãos do feto. Um novo artigo de revisão, publicado na Nutrients, mostra que a falta de selénio durante a gravidez pode levar a stress oxidativo, restrição do crescimento e baixo peso à nascença. Isto pode acabar por ter consequências para o desenvolvimento, capacidades cognitivas e saúde geral do bebé. Os autores também referem que o consumo excessivo de álcool da grávida pode ter um impacto ainda mais negativo na sua saúde, se tiver défice de selénio. O facto de a insuficiência de selénio ser tão generalizada na Europa e noutras regiões do mundo é problemático.

O aporte de nutrientes durante a gravidez e o aleitamento materno pode afectar o desenvolvimento e a saúde do bebé ao longo da vida. Um dos nutrientes mais importantes é o selénio, um oligoelemento que favorece mais de 25 proteínas seleniodependentes que intervêm na renovação energética, na síntese proteica, no equilíbrio hormonal, no metabolismo e muitas outras funções. As proteínas que contêm selénio têm especial importância estrutural durante a gravidez, especialmente no que toca ao desenvolvimento do cérebro e de outros órgãos e tecidos do bebé.
Os antioxidantes que contêm selénio, como os GPX, também protegem a placenta e o feto contra a acção nociva do stress oxidativo, um desequilíbrio entre os radicais livres e os antioxidantes. Todos nós produzimos radicais livres como um subproduto da renovação energética, mas a carga de radicais livres aumenta durante a gravidez e por factores como tabagismo e consumo excessivo de álcool.
O feto é especialmente sensível ao stress oxidativo, pelo que é crucial que a mãe obtenha quantidade suficiente de antioxidantes, como o selénio.
Além disso, a concentração de selénio no útero aumenta no fim da gravidez, altura em que aumenta a necessidade do nutriente. É por esta razão que os bebés de termo, normalmente, têm mais reservas de selénio do que os bebés prematuros. Mesmo assim, as reservas de selénio são relativamente baixas e o recém-nascido precisa de mais selénio do que aquele que obtém no leite materno.

A insuficiência de selénio e o stress oxidativo prejudicam o desenvolvimento do feto

Estudos em animais mostram que a falta de selénio e stress oxidativo durante a gravidez podem afectar gravemente o desenvolvimento do feto, dando origem a restrição do crescimento, desenvolvimento tecidual anómalo e desequilíbrios metabólicos. Investigação anterior demonstrou que a falta de selénio aumenta o risco de infertilidade, quistos do ovário e inflamação crónica do útero ou da mama. A insuficiência de selénio durante a gravidez pode causar lesão cardíaca e muscular do feto, aborto espontâneo, nado-morto, e aumento do risco de infecções na mãe e no recém-nascido.

Selénio e consumo excessivo de álcool

O artigo também refere que o consumo excessivo de álcool pode levar a lesão hepática grave e desequilíbrios metabólicos, como síndrome alcoólica fetal, que provoca fácies característico, restrição do crescimento e lesão cerebral do feto. Apenas alguns estudos consideraram de que modo o consumo de álcool afecta os níveis de selénio na grávida e no feto. Contudo, observou-se diminuição dos níveis de antioxidantes GPX que contêm selénio nos tecidos de bebés com síndrome alcoólica fetal.
Os investigadores sugerem que a suplementação com selénio durante a gravidez pode proteger, pelo menos até certo ponto, os filhos contra os danos oxidativos causados pelo álcool (etanol). Escusado será dizer que o ideal é a mulher grávida ou a amamentar evitar completamente o álcool, visto que é um solvente que afecta todos os órgãos e processos de desenvolvimento. Evidentemente, quanto mais álcool a mãe consumir durante a gravidez, maiores são os danos.
O novo artigo de revisão está publicado na Nutrients.

Fontes de selénio, insuficiência generalizada e suplementos assimiláveis

O selénio encontra-se sobretudo no peixe, marisco, vísceras, ovos, lacticínios, castanha-do-pará e legumes verdes. O solo agrícola europeu, o dinamarquês incluído, duma maneira geral é muito pobre em selénio, o que se reflecte nas colheitas e em toda a cadeia alimentar. Durante décadas, os agricultores deram selénio adicional ao gado para compensar, sendo inclusivamente benéfico para a fertilidade dos animais.
A dose diária recomendada (DDR) de selénio é de 50-70 microgramas. Segundo o novo artigo na Nutrients, a grávida precisa, pelo menos, de 65 microgramas por dia, ao passo que a mulher a amamentar precisa de 75 microgramas. Outros estudos sugerem que o ser humano precisa, pelo menos, de 100 microgramas de selénio por dia para saturar devidamente a selenoproteína P, uma selenoproteína usada como marcador ou medida da concentração de selénio no organismo.
A levedura de selénio com diversos tipos de selénio orgânico proporciona a mesma variedade que se obtém com uma alimentação com diversas fontes de selénio.

Os suplementos de levedura de selénio contribuem para uma gravidez saudável

Diversos estudos em humanos e animais mostram que o selénio é primordial para a fertilidade, desenvolvimento do feto e parto de termo. Um estudo publicado no Journal of Obstetrics and Gynaecology, mostrou que um suplemento diário de 100 microgramas de selénio na grávida, do primeiro trimestre até ao parto, faz baixar o risco de pré-eclampsia, ruptura de membrana e parto pré-termo

Referências bibliográficas

Maria Luisa Ojeda et al. Fetal Programming Is Deeply Related to Maternal Selenium Status and Oxidative Balance; Experimental Offspring Health Repercussions. Nutrients 2021

Pol Solé-Navais et al. Maternal Dietary Selenium Intake during Pregnancy is Associated with Higher Birth Weight and Lower Risk of Small for Gestational Age Births in the Norwegian Mother, Father and Child Cohort study. Nutrients. December 2020

Hilten T Mistry et al. Selenium in reproductive health. Journal of Obstetrics and Gynaecology. 2011

Fatemeh Tara et al. Selenium supplementation and premature (pre-labor) rupture of membranes: a randomized double-blind placebo-controlled trial. Journal of Obstetrics and Gynaecology. 2010

Jones GD et al. Selenium deficiency risk predicted to increase under future climate change. Proceedings of the National Academy of Sciences 2017

Danmarks Jordbrugsforskning. Selen anvendelse i dansk landbrug. 2006


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